O que é a malária?
Existem quatro espécies diferentes de parasitas da malária que podem ser transmitidos pela picada de mosquitos anofelinos. Os sintomas geralmente aparecem de 7 a 30 dias após a picada do mosquito infectado e geralmente incluem febre, suores, dores de cabeça, mal-estar, dores musculares, náuseas e vômitos.
Se houver suspeita de exposição à malária — como ao viajar para a África, América Latina, Amazônia ou Ásia, um teste diagnóstico deve ser realizado imediatamente. Note que medicamentos antimaláricos podem atrasar o aparecimento dos sintomas.
As pessoas que desenvolveram imunidade protetora (principalmente adultos em áreas de alta transmissão) podem ser infectadas, mas não adoecerem. A malária grave ocorre com mais frequência em pessoas com pouca imunidade protetora.
Complicações como doença cerebral, anemia grave e insuficiência renal podem se desenvolver — e podem resultar em morte ou comprometimento neurológico vitalício. Não há vacina para a malária, mas ela é curável se diagnosticada e tratada rapidamente.
Anopheles gambiae
Anopheles funestus
O agente causador
Existem quatro espécies de Plasmodium: P. falciparum, P. vivax, P. ovale e P. malariae. A doença que esses parasitas causam varia em gravidade de uma espécie para outra, mas a infecção mais perigosa é a do P. falciparum. O P. falciparum é um assassino extremamente rápido e eficiente; uma criança infectada com esse parasita pode se sentir bem de manhã e ir a óbito a noite de malária cerebral. P. ovale e P. vivax têm fases dormentes onde os parasitas residem no fígado por meses a anos e podem causar malária muito tempo após uma picada infectante.
A infecção malárica
O Plasmodium tem um ciclo de vida complexo com várias fases intermediárias, o que dificulta o combate do sistema imunológico das pessoas infectadas. Os mosquitos ingerem o Plasmodium quando picam uma pessoa infectada. O parasita se reproduz no intestino do mosquito, migra para as glândulas salivares e então é entregue a um novo hospedeiro a cada picada.
O protozoário viaja pelo sangue e entra nas células do fígado. Ele cresce e se reproduz de vários dias a semanas, durante os quais a pessoa infectada não apresenta sintomas. Em algum momento, geralmente entre 10 e 15 dias após a infecção, as células hepáticas infectadas se rompem, liberando os parasitas na corrente sanguínea, onde entram nas células vermelhas do sangue. Os parasitas se reproduzem rapidamente nas células vermelhas do sangue, fazendo com que elas se rompam e liberem milhões de parasitas no sangue, que então vão infectar outras células vermelhas do sangue. Cada vez que as células vermelhas do sangue são reinfectadas, o hospedeiro sofre calafrios, febre, dores musculares e de cabeça — sintomas típicos da malária resultantes do esforço do corpo para combater os parasitas. Complicações graves, incluindo anemia, insuficiência renal e malária cerebral, podem resultar da infecção por Plasmodium — todas as quais podem ser fatais.
Os mosquitos transmissores - anofelinos
No Brasil, os principais vetores da malária são mosquitos do gênero Anopheles. Dentre as espécies que são consideradas vetores da malária no país, destacam-se o An. darlingi e o An. albitarsis. Essas espécies são responsáveis pela transmissão do parasita da malária, o Plasmodium, para os seres humanos através de suas picadas.
O An. darlingi é reconhecido como o principal transmissor do agente da malária na Amazônia brasileira, sendo encontrado em áreas de floresta tropical e regiões próximas a rios e riachos. Este mosquito tem alta capacidade de transmitir o parasita para os humanos e é considerado um dos principais desafios no controle da malária na região.
Já o An. albitarsis também é importante na transmissão da malária em algumas áreas do Brasil, especialmente em regiões de mata atlântica e áreas mais ao sul do país. Embora menos prevalente do que o An. darlingi, o An. albitarsis ainda desempenha um papel significativo na propagação da doença.
Esses mosquitos têm hábitos predominantemente noturnos, sendo mais ativos durante o crepúsculo e a noite, quando realizam a busca por sangue para se alimentar. São encontrados principalmente em áreas de vegetação densa e próximos a corpos d'água, onde depositam seus ovos em criadouros naturais, como poças, lagoas e margens de rios.
O controle desses vetores da malária no Brasil é fundamental para a prevenção e redução da incidência da doença. Estratégias de controle incluem o uso de inseticidas, drenagem de áreas propícias à reprodução dos mosquitos, uso de mosquiteiros tratados com inseticida, além de medidas de educação e conscientização da população sobre prevenção e sintomas da malária.