A Encefalite de Saint Louis é uma virose de origem zoonótica, na qual alguns animais de sangue quente se destacam como a principal fonte de infecção. Os vírus são veiculados pelos mosquitos, que desempenham o papel de portadores e distribuidores na natureza, enquanto os humanos são hospedeiros acidentais, não infectando os insetos. A disseminação dessa enfermidade em comunidades e áreas periféricas se completa quando mosquitos se alimentam tanto de animais quanto de humanos, como é o caso de espécies do gênero Culex, embora tal comportamento de alimentação mista não seja adotado por todos os espécimes desse gênero.
Distribuição no Brasil
Os vírus da ESL têm sido identificados em diferentes regiões do Brasil. Um estudo de soroprevalência realizado no extremo Sul do país detectou a presença dessa virose em cavalos. Observou-se que 5,8% das fazendas analisadas tinham pelo menos um animal positivo para ESL. Em outra investigação foram encontrados anticorpos da ESL em cerca de 5% da população estudada oriunda de regiões norte e sudeste do Brasil, indicando que nessas áreas o vírus da ESL pode circular e infectar humanos, uma vez que nessas regiões há diversidade de espécies do gênero Culex, principalmente o Cx quinquefasciatus, o pernilongo comum. Todos os pacientes infectados com ESL tiveram um diagnóstico inicial de dengue ou encefalite viral na ocasião da sua internação hospitalar, sem contudo apresentar sorotipo para essas enfermidades. A ESL é uma doença subnotificada no Brasil. Isso levanta a questão da adoção de mecanismos de prevenção a picada do pernilongo, como roupas e tecidos que compõem os ambientes internos das moradias.